segunda-feira

Sinfonia Selvagem

Rumo de abismos

Subo degraus sem escada
Ouso dissolver na memória
Nossos toques indivisos.
Me transmuto em muitas,
E isso não é fácil,
Como caminhar descalça
Renascendo musgos
Ervas dentre os pés
Desenhando caminhos
À possível lunação
Descascando aposentos
Primitivas grutas
Imersas embarcações
Interiores em frestas.
Faço um pacto com a dor
Reinvento a casa
Crio um outro ritmo
Na transparência
Ao avesso do vento
Que balança as raízes
Fora da terra.
Com vendas nos olhos
Ainda que não tenha
Labirintos previsíveis
Me renasço na beira
De abismos.


Setembro

Compor azulejos
Com fragmentos
Da memória
Recolher suave
Esquecimentos
Quando tudo
(seguro em essências)
São cinzas.

Transpor ao nome
A imensidão dos pássaros.
Recostar gaivotas
Em troncos
Palavras em
Asas
Aves em
Ninhos.

(poemas de 2006)





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