sábado

As raízes de uma árvore


na soleira de madeira pisa de leve entra despercebida no palco
o desejo se quebra ao desfolhar da rosa são corados os pêssegos
enquanto isso desmoronam cidades e crianças sonham 

abaixo do assoalho você pensa no tamanho do mundo
nas raízes que não vingaram debaixo da madeira
você conversa escondida com as raízes de uma árvore

convençe-las da solidão
daquela noite em que tudo perdeu seu contorno
o mundo era imenso quem mais saberia debaixo de teus lencóis d´água

nos fundos da casa armam uma traição
fazem amor e revolução no sem fim
um filme passado em qualquer forma de desejo,

uma forma gasta de saudade
assim se repete o dia & os anos
repetem a refazer o enigma

vês nas sombras a arquitetura dessas reentrâncias
a flor perder seu visco
escutas os passos ao redor de ti

quero antes uma terra onde possa semear
afundar-se no risco de si mesmo
mas reinventar o inefável

terra da infância nas arcadias
vigiavam os ausentes
que nunca pisaram na lua.








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