Antes de haver conspirações ao tempo
Em teu abstrato e na vida,
Onde tudo fosse relativo ,
Os segredos encolhiam-se aos pés nas areias
Se me confundo com as ostras é
Por guardar demasias de sentimentos
Mudos e silêncios. Uma longa
História de furtos a montanha
E sei que você se abre como um vulcão
E que a minha tristeza pode ser
Neve e ao fechar os olhos
Neve e ao fechar os olhos
Não veja mais a árvore frondosa
Origem de seivas e hoje, ausentada
Mineral, a mais inocente das flores,
Mineral, a mais inocente das flores,
Da crueldade dos seres
Microscópicos vivendo em bando
No silêncio das areias
Por osmose minha pele na tua
Como minha mão na tua ou todas
As palavras pronunciadas e também
As palavras pronunciadas e também
As não pronunciadas que habitam
O buraco da garganta outras os gestos e outras
Ainda os olhares. Viver pode ser isso
Ainda os olhares. Viver pode ser isso
Uma espécie de
Existência contra
As inquietações
As inquietações
Até que os bichos de ergam e saiam
Uma explosão
Antes o tempo cíclico
Bem vivesse dentro do sol
A gôndola da brisa fosse
Imensa a desfazer o instante
Imensa a desfazer o instante
Iniciático ato de vida.
Seus moinhos de vento a respirar
Como se a vida mesma
Se surpreendesse em sua mesma
Existência de viver –
No chão barro vermelho
Por esse caminho, que não leva a lugar
Não tivesse compasso para medir
Por esse caminho, que não leva a lugar
Não tivesse compasso para medir
Na lua, só depois eu inteira desaparecendo
E quem sóis?
O vento o cisne dos olhos minerais
Só sei que se me
Perguntasse sobre o amor
Teria respostas, mas talvez não
Soubesse mais o que fazer com elas.
Porque as conspirações
São sempre silenciosas
E se te roubaram o tempo
É por que jamais ele
Houvesse lhe pertencido
Ou por que se não sabes
O caminho sou eu que refaço
Sempre o mesmo laço
Com a proa apoiada na amurada
Para trás – despedidas a terra
Sendo aquática – gira a manivela
Para falar, desta vez, de humanidade.
Só sei que se me
Perguntasse sobre o amor
Teria respostas, mas talvez não
Soubesse mais o que fazer com elas.
Porque as conspirações
São sempre silenciosas
E se te roubaram o tempo
É por que jamais ele
Houvesse lhe pertencido
Ou por que se não sabes
O caminho sou eu que refaço
Sempre o mesmo laço
Com a proa apoiada na amurada
Para trás – despedidas a terra
Sendo aquática – gira a manivela
Para falar, desta vez, de humanidade.