sábado

Onde renasce o silêncio




Hoje o mundo veio a forma de dois campos
De colheitas. Num vesti a roupa dos trigais
Noutro, os pássaros fizeram do corpo morada.
Seria essa a biografia conjugada
Aos vegetais, um corpo erguido ao ar
Migratório das cercanias do coração.
Para o dia que nasce, para a folha que morre
Veio até mim a claridade,
Sinal áureo que renasce
Acima de mim e dentro
A puxar o condão do mundo
Da vida tornada planta ou raiz numa perda
Verdejante quando palpável ao olhar.
A espera perde-se incomunicável
Para vê-la renascer num silêncio.