domingo

Hoje o mundo veio a forma


Hoje o mundo veio a forma
Veio na forma que minhas pupilas circulam
A claridade. Esse verão imenso essa aura
De um sinal aéreo que renasce a circular
Acima de mim. E dentro a puxar o cordão
Do relógio essas coisas dos jornais e da guerra
Trouxeram os mantimentos? Como se metade do tempo
Soubesse e a outra metade fosse novamente o tempo
E que ele viesse a mim novamente papável
Mais preciso quando incomunicável.
Não serias tu que mentirias a mim sobre o mar
Afinal o mar era só a forma em que metade do mundo fala
O resto envelhecia nos anos dessa terra
Pisada dos passos e dos poços a quem socorre
Do corte a cicatriz. Mas falemos da infância
Que parou com a ampulheta desse eterno cismar
Metade do mundo sei veio até mim
Mas sem palavras nem coisas veio como uma distração
Largo as mãos a ensaiar fantoches
Distrações e sem falas uma espécie de dança
Para ter certeza que encontrei um socorro
Que repita deserto e coração
Que repita coração campo aberto
Onde o cavalo parte depois que o mundo se despede
Onde podemos falar a partir das pedras.


Poesia Inédita Carol De Bonis




The End of Time (Barnosky)






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