segunda-feira

De tudo, meu amor, fica um pouco: resíduos

De tudo meu amor fica um pouco

O amor consumido pelas bordas
quando os limites do círculo se apagarem
o laço se lança ao centro
se arrastas performática


Trazendo na boca rosas as ancestrais de Atenas
e no núcleo atenta
outro do amor e um risco
rasura cicatriz


O amor que esquecemos de se dar
O amor de bocas mastigando pétalas
O amor dos corpos pássaros torrentes
O amor pedindo outra embarcação
O amor que se deixa e se parte e reparte
O amor dos abandonos reinventando o inefável


Porque é a convulsão de humanos
uma ilha se esvaindo
o vento desterrando o cais


Qual rodas de um mar
imerso desaguando
nas calhas do coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário