Entre duas escolhas o ponto do equilíbrio,
entre a manhã e a madrugada o destino na ponta dos dedos da mulher que
sela as cartas com a saliva, da mulher que se esquece de entregá-las
porque não há compromisso para o amor porque o amor é a outra metade, a
alma dos homens que fazem a revolução e saem para as ruas, hoje esse canto ensurdece, o canto das sereias, o canto de um adeus para um
futuro que ainda não nasceu. Ando saudosista como se a saudade fosse uma
maneira para se esquecer de tudo. Esquecer que há um compromisso e seguir
a maestria dos antigos em perdê-lo. Dos antigos sábios que ainda erram
quaisquer pelas ruas, do cronista que entende a beleza em qualquer perdida
multidão.
Eis quando a alma se perde do corpo e eu sinto saudade em
esquecer-me.
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