terça-feira

Arrasta o condão de abertura


entre as duas portas abertas você erra caminhando para trás
sabendo dos mímicos apalpa bem de leve o branco num equilíbrio
fino e uma mão se move tocando ao ar a ciência do pássaro sem pouso
o quarto escuro mas só aquilo que tocas entre o esquerdo
do nome é o AMOR que arrasta o cordão de abertura
toma do primeiro um ENIGMA pode ainda pertencer ao antes
distraidamente vê uma mesa posta coberta de preto
alguém chama teu nome num tilintar
copos de cristal tingem o obscuro do nome
soletrar é só uma escolha envolvida
nos passos a desdizer qualquer vestígio da família
fosse um só traço que riscou na madeira
e pareceu o desenho de um pássaro
de pedra seu coração não é mais o mesmo
nos dias frios a chuva inundando os pântanos
medievais (sempre habitara) o vento alastra num clarão
DERRAMANDO entre os ciprestes a camisa de seu pai
avisa vou voltar sem saberem eu ainda não morri
o espelho margeia um rosto pode ser o seu e do seu filho
juntos refletem o silêncio do depois e quando os olhos estiverem partido
pode ser que de qualquer intenção não reste o meio fio das coisas
essa luz toda escorrendo seja nenhuma brecha
porque entre duas portas abertas você erra caminhando para trás


depois recolhe os restos do circular e desdiz
o amor com suas dobras e triângulos
desenha a geometria com que nos amamos no ar.





                                                                         




                                                                                            



Nenhum comentário:

Postar um comentário