Diria a casa
com suas memórias
duas pontas
de uma única teia enovelada
as paredes
de um mar condensado desintegrando
a casa com
suas memórias aquáticas
um túnel
azul tinto
derramado de
intangível o céu.
Perguntaria
se as casas possuem uma memória anterior
se os olhos
são respostas para a sinceridade
se debruças
respondendo com o olhar
vês como uma
prece ao silêncio esses muros
o soar no
distinguir de uma estrutura
na ilusão do
pó.
Adentro a
casa
sabendo da
memórias de outros espaços
deslocando o
esquecer-me para saber
da memória
das coisas
para me
reconhecer no grão
pousado
daqui aos objetos de luz
invenções
sutis no instante
em que saio
da margem do que sou
rumo ao
afogamento da alma
e seus entes
submersos.
Poesia inédita Carol De Bonis
imagem: Andrew Wyeth
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