quarta-feira

O prazer do texto: paráfrase de Barthes


Inocente do que não se protege em catedrais ou em lugares sagrados. Ou até naquilo que se protege e cuida dos perigos da vida. Seria se não soubesse da bomba atômica, mas da ciência do voo do pássaro, soubesse medir distâncias e encantos. Não é inocente feito uma mulher que se abre em templo, nem nas atitudes desmedidas de crianças, seus deslimites ocupa espaços que nos levam a estar em outras partes, ora juntos ora separados, mas sempre em viagens de sóis, bebendo dos cântaros as sonoridades da luz. É uma inocência diferente que os fazem ver como não inocente (por mentalidades), mas não é a mulher inocente que se transforma em mulher imoral (transgredir, como a mãe que conta histórias fantasiadas para os niños), quando escutar o segredo maior está no vento. O resíduo inocente não é o prazer do texto. O resíduo é a parte que sobra e que não pode ser julgado por coletividade alguma, aquilo que se transforma e se recria, as respostas do autor póstumo, as dobras, a encenação da obra, que já não está no momento anterior em que foi significado como alguma coisa, mas está na paisagem que o gera.Porque a infância não está na infância está na face com o vento que a gera. Por esta vem a inocência, uma qualidade infante de estar sempre outra para o mundo. Nascendo ao instante, ao apelo, à deriva, aos litorais, tocando todas as margens. Ao amor? Qual o prazer? 







  
                                                                                imagem: Henri Matisse, 1952

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