segunda-feira

Desfolhas ao céu

Cores diluídas pela íris
Clara a dúvida de seguir suas
Pupilas ao vento. Promessa de uns
Olhos de exílio que regressassem
Ao som do céu. Em marcha a contagem
Ecoava passos pelas ruas
E chegava a um quase maio.

Maio pode ter cara de despedaço.
Mas pode alçar trilhas de novas disposições,
Caminhar no meio deles, encontrar o céu
Que nos leve errantes a outro céu
Sobre ele aquele perder-se
Mas, nada se perde,
E sabiam aos que procuravam
Na voz. Nada se perde,
Se não há o que se perder.

Perder-se como quem abre florações
E serena seguidamente em decomposição.
Decompor-se quando naquele lugar
As ruas se abrissem em manhãs
Para desfolhar sobre os olhos
O orvalho. E quando
Caminhássemos pelas ruas,
As vozes em uníssono saberiam:
Primeiro estado mítico, a floresta íntima.






Buenos Aires



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