quarta-feira

As primeiras letras são paisagens rupestres


    
 As primeiras letras são paisagens rupestres

o suspiro parece mais agudo alto
ouço pelas margens
altissonante até a vertigem das névoas destoadas
para essa emoção qualquer cura asa de vento
fuga ou minerais que cicatrizam as escavações
ferida em ouro brilhante.
                       
                            
era outra vez todo ouro retirado em cetim
o linho branco dos impérios
que atiravam em precipícios amores
por suas dores em cantos
espraiados pela peça de uma engrenagem
que faça rodas da dor
que faças curvas e peripécias ao destino.

Desenterrem as violetas e as rosas ainda por desabrochar
Qual mão chega a empunhar a bandeira de um desengano
A empunhar a faca para o corte da cicatriz mais profunda
Qual mão ainda confie cega que chega a adormecer
O mais singelo e perfumado sonho.

O corte brilhante daquele sangue espesso cicatrizei
com as nadadeiras de um mar profundo.
Quantas profundezas a sondar os mistérios.
Os minérios do pensamento.







 A cicatriz em que se insinua o gosto de amar

Os amores se insinuavam aos meus passos? Caminhar cegamente
com medo de reaver novamente aquele alto suspirar.
Só sabia findar numa espécie de perda secreta,
só sabia da pedra esverdeada do olhar
altissonante num vocabulário estrangeiro 
que sonha em outra língua. Só sei, sonhei com isso, 
as solas secas dos pés 
rabiscando o território da volta, voltaríamos para a casa seguros.
Voltaríamos para a casa seguros?
Amaria os naufrágios
Eu sei você também tem um mar inteiro dentro de ti
Haveria volta nessa mesma hora,
quando uma mulher, uma outra,
estudava o turismo de regiões terrestres,
preferiria os lados orientais, uma certa cultura em que ela achará panos coloridos para cobrir nas rendas de um vestido também em tons fortes desenhados. A mesma mulher me olhará de soslaio entre a saída e a entrada de alguma passagem do aeroporto internacional. Turistas embriões do mundo, nos todos, essa mesma, num espelho decifrou minha alma e tudo começou naquele instante. E me demoro a decorar o passado. A perda desse amor movediço em água e sangue e areias exiladas.
Esse amor se insinua, insinua-me a ele.




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