domingo

O amor essa caminhada.





I.

Despertava as águas e o corpo seguia: 
Insuspeito derramava o perder-se do contorno
Da pele para habitar a fronteiras, as bordas.
Pela janela um filete de luz do sol anunciava amanhecer
Já não reconhecia a cidade, ainda bem
Dentro dela sabia da superfície de prata
Da noite e das estrelas e de toda lua branca
Naquele quarto crescente.


II.

Um sentimento indecifrável: decifra-me quando o laço do simbólico se rompe fica a fenda qual se renuncia. ao renunciar perde-se uma dose de sentido, uma dose de fio que deve se untar, uma dose de corda que puxamos para não perder o fio do labirinto da mente. Essa corda esse elo nunca existiram são enigmas claros que pairam dentro do mais azul da dor dos chicotes das águas do mar. Não há o mar eu repito ela cisma obsessiva e distraída ao olhar muito adiante. Juntos tecemos novas teias e renomeamos o mundo.


III.

Resolveu que iria ter nesse papel a salvação daquela espera antiga. Sabes bem do que eu digo. Você sabe bem do que se trata?



Uma lógica que fosse suspeita secando a aragem num céu de volume azuláceo. Como fizesse calor por essas terras e ela tão somente caminhasse e caminhasse. O meu amor essa caminhada, entende?

IV.


Sabes bem do destino. Quer mudar a rota denunciar as injustiças  quando sem querer avista algumas mulheres chorando numa roda, pensa que avista depois de um breu, ela que se conformou com a miopia naquela cidade cinza, ver demais era ruim, tudo feio por toda a parte as placas e os sinais que nunca levavam a lugar algum, a cidade circular e a ciranda, ver demais abundantemente para quê, acho que minha miopia regrediu.



Aconteceu que chegou naquela terra vazia numa madrugada, sentou-se numa portinhola que era em verdade a porta de um banheiro feminino abandonado na beira de uma estrada próximo a um posto de gasolina em ruínas, começou a soluçar desse soluço logo veio um choro entrecortado pelo peito palpitante, ela havia corrido para chegar até lá, estava salva embora abandonada.

É sempre assim. Uma voz da escuridão fala.eles sempre deixam-nas por essa estrada algumas chegam em prantos muito alto. Era mais uma daquelas mulheres.   

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